Ramalho Ortigão, escreveu: «Grandes vacas brancas, malhadas de preto ou de amarelo, de um pêlo médio, fino, lustroso como cetim, mastigam lentamente, sentadas, e olham repletas e pasmadas o vago, reflectindo a enorme planície verde nas pupilas mansas e luminosas.»
Não sei se o autor se referia de facto às vacas, esses animais adorados na Índia com as mesmas honras com que outros veneram imagens de barro, ou se referia aos funcionários públicos. O certo é que, estando eu na fila de espera das Finanças, só me lembrava deste parágrafo.
3 comentários:
O problema, Conde, é que, no fundo, no fundo, nós é que somos a vacas, porque é a nós que eles vão buscar o leite de que se alimentam.
Concordo, mas só um bocadinho, depende do ponto de vista, não é?
Eu do lado de lá do balcão vejo mais é lesmas, mesmo...
Lentas, arrastam-se deixando rasto e parecem-me claramente invertebrados.
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