O fiasco da Moita
A maior suspensão de pagamentos de uma empresa na história da economia espanhola tem o seu retrato na Moita. Os residentes da área da Grande Lisboa conhecem--na pelos sinais de degradação. O futuro aponta-a para arqueologia industrial ou dormitório com sobressaltos pelos vizinhos bairros problemáticos. Para a Martinsa- -Fadesa, que ali possui 137 mil metros quadrados de terrenos alegadamente urbanizáveis, a Moita surge numa visão idílica como paraíso do imobiliário: ‘A 25 minutos de Lisboa e do aeroporto, está rodeada de campos de golfe e do novo aeroporto que ficará em Alcochete, apenas a 20 minutos’.Desconhece-se se Fernando Martín Álvarez, presidente da Martinsa-Fadesa, já visitou alguma vez a Moita, onde é hábito dizer que se vai aos toiros. Indiscutível é que foi colhido pela crise. O império, avaliado há poucos meses pela Richard Ellis em 11 804 milhões de euros, teve de solicitar à justiça a suspensão de pagamentos depois de não conseguir arranjar banco que lhe emprestasse 150 milhões de euros para compromissos imediatos. E isto porque as dívidas a cerca de 70 entidades financeiras ascendem a 5289,8 milhões de euros. Na realidade, descontada a ‘borbulha do imobiliário’, especialistas afirmam que a Martinsa-Fadesa não tem património sequer para responder por metade das dívidas.
Fonte: Correio da Manhã
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