quinta-feira, setembro 25, 2008

Relatos do dia 24 de Setembro

A população juntou-se nas ruas em redor do Parque 25 de Abril, em Alhos Vedros. As conversas giram todas em redor da agressão que ali ocorreu na terça-feira à noite, quando um grupo de 20/30 pessoas cercou o parque, roubou e espancou um grupo de jovens que ali se junta todas as noites.

«Isto é uma zona pacata», afirma Walter Pires, em alto e bom som, para todos os jornalistas, que ali ocorreram, ouvirem. Tem 63 anos de idade e desde os dois que vive na terra. «Isto é uma zona pacata», garante acrescentando que «o problema é o Vale da Amoreira».

O morador confessa que, há muitos anos que existe rivalidade entre a Baixa da Banheira e Alhos Vedros, «mas «nunca houve nada assim. No meu tempo, ainda durante a guerra em Angola», recorda, «íamos às festas populares e éramos expulsos à pedrada. Claro que, em seguida, pagávamos da mesma moeda quando eles vinham aqui».

«Isto não vai ficar assim», comentavam os populares, temendo que os próximos dias tragam mais problemas. Já na noite de terça-feira, após ter sido dado o alerta, a população juntou-se e saiu em defesa dos rapazes da terra. Conseguiram mesmo apanhar alguns dos agressores e estes não ficaram de boa saúde. Outros foram mesmo atingidos a tiro, porque durante a fuga, invadiram propriedades privadas, cujos donos responderam de arma na mão.

«Polícia já tinha sido alertada»

António é o proprietário do café «Atrium», a poucos metros do Parque 25 de Abril. «Os que conseguiram fugir «entraram aqui a correr e a pedir ajuda. Só diziam que estavam a ser agredidos e assaltados». Depois de chamada a polícia, «os que estávamos aqui fomos em direcção ao jardim», conta.

«Quando chegámos não vimos ninguém, porque estavam atrás do edifício da biblioteca. No entanto, quando nos aproximamos começaram a correr e a fugir na direcção do cais», relata o proprietário do café. «A terra é calma, todos se conhecem e, por isso, temos este sentimento de entreajuda que nos levou a ir atrás do grupo».

António ressalva a rápida intervenção policial. «A PSP e a GNR foram muito rápidos a chegar». Aliás, conta a mesma fonte, «o grupo de 20/30 pessoas já tinha sido visto. Quem os viu, da Baixa da Banheira em direcção a Alhos Vedros, reparou que tinham bastões nas mãos e avisou alertou a polícia». Ou seja, «já havia, pelo menos, um carro na rua por precaução e foi rápido a chegar».

In: Diario.iol.pt


Sem comentários: